quarta-feira, 18 de junho de 2008

ONU quer a Amazônia

Cientista social mexicano polemiza demarcação indígena. Funcionário graduado da ONU afirmou que o Brasil pode ser punido se a demarcação da reserva Raposa Serra do Sol for alterada.






Índios da Raposa Serra do Sol vão à Europa buscar apoio

Índios da reserva Raposa Serra do Sol desembarcam na Europa para montar um lobby internacional com o objetivo de defender seus interesses em Roraima. Auxiliados por ONGs estrangeiras, eles estarão com ministros das Relações Exteriores, parlamentares e membros do Executivo de seis diferentes países europeus.
A turnê passará por Portugal, Espanha, França, Bélgica, Itália e Reino Unido. A idéia é conseguir apoio externo para que o governo brasileiro seja pressionado a garantir a proteção da reserva. A iniciativa é mais uma frente de oposição contra a idéia do governo de garantir que os conflitos na Amazônia não ganhem uma dimensão internacional.
A missão de indígenas contará com dois representantes dos moradores da reserva. Um deles é Jacir José de Souza, fundador do Conselho Indígena de Roraima. A outra é a coordenadora da Organização de Professores Indígenas de Roraima, Pierlangela Nascimento da Cunha, representante da tribo Wapixana. Em Londres, os índios terão sua agenda organizada pela entidade Survival, ativa na defesa dos interesses indígenas na Europa, mas que não dá informações sobre quem teria pago pela viagem dos índios. "Os indígenas vão apelar para que os ajudem a salvar a Amazônia", afirma um comunicado da entidade. Entidades católicas da Grã-Bretanha também estariam envolvidas.
Segundo a Survival, a reserva está sendo atacada por fazendeiros que teriam ferido a tiros pelo menos dez pessoas, queimado pontos e até jogado uma bomba.
Em Londres, a agenda inclui uma reunião com o Ministério das Relações Exteriores e com parlamentares em Westminster.

"Essa é uma batalha crucial para os índios brasileiros e para a Amazônia. Se os fazendeiros e políticos conseguirem roubar (???) a reserva dos indígenas, isso abriria um precedente perigoso para todas as tribos brasileiras. Não podemos deixar que isso ocorra", afirmou Stephen Corry, diretor da entidade.

Durante a passagem dos indígenas pela Europa, uma série de conferências será organizada para pedir uma atenção da mídia estrangeira ao conflito. A idéia é tentar obter o apoio da opinião pública européia e reforçar a pressão sobre Brasília.
Imaginário – Os ativistas ingleses prometem até mesmo usar da literatura para convencer a opinião pública a dar atenção ao caso. Segundo a Survival, dois dos principais escritores britânicos – Sir Arthur Conan Doyle e Evelyn Waugh – se inspiraram na região da reserva há décadas para escrever livros de sucesso como "Lost World" e "Handful of Dust".

As entidades que organizam a viagem não poupam críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E também ao governo de Roraima, por "apoiar os fazendeiros".
Os riscos com a falta de proteção às riquezas da região foram ressaltados em reportagens do Diário do Comércio na semana passada, a partir de um alerta feito em 2000 pelo indigenista Orlando Villas Bôas, em um vídeo que ganhou grande destaque na internet.
Diário do Comércio

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