domingo, 20 de abril de 2008

Governo Militar

Tente advinhar de quem é esse texto abaixo?

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O Governo cai; os movimentos sindical e estudantil não conseguem reagir; o esquema militar que o governo Goulart dizia ter, não funciona; praticamente, há pouca resistência. João Goulart foge para o Uruguai e os militares tomam o poder.


Durante 1963–64, o Brasil enfrentou uma terrível crise econômica inflacionária; as massas populares irromperam na cena política para defender seu padrão de vida, seus salários. Então, sob o pretexto de que havia um caos, porque os sargentos e os cabos das Forças Armadas também queriam reivindicar seus direitos, que havia muita repressão e muitos privilégios nas Forças Armadas, desencadeia-se uma grande propaganda anti-comunista,

Essa virada no Golpe Militar de 64 já indicava que este não se tratava de mais uma quartelada; de mais uma troca de governo ou de facção militar no poder como em outros países da América Latina. Trata-se de profundo processo de contra-revolução que ia mudar a estrutura produtiva e social do Brasil, e reorganizar o Estado brasileiro. Talvez, a principal característica do Golpe Militar de 64 é que ele não foi apenas um Golpe Militar, que tira um governo constitucional e põe um governo militar; foi uma profunda reorganização no capitalismo brasileiro.

inicia um processo conservador de modernização do capitalismo brasileiro, concentrando a renda e transformando o Estado num grande instrumento para investimento na infra-estrutura do país – telecomunicações, energia, transportes, siderurgia e petroquímica –

Essa mudança na estrutura econômica do Brasil; esse novo papel para o Estado; com uma ditadura militar para reprimir os movimentos sindical e popular; com essa modernização da infra-estrutura, abre espaço para que se crie um mercado interno no Brasil para uma indústria de eletrodomésticos, de automóveis, chamada indústria de bens de consumo duráveis. Através do BNH e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, abre-se um mercado interno de classe média para a construção civil

O arrocho salarial; a repressão do movimento sindical; a abertura ao capital estrangeiro; esse novo papel do Estado, como grande investidor e o fortalecimento das empresas estatais e concentração da renda na camada média que, mesmo sendo uma parcela pequena da população criou um mercado interno e dinamizou a economia brasileira, industrializou o país para o atendimento das necessidades e permitiu a 2ª fase da industrialização do país, que é a implantação das indústrias petroquímica, eletrônica, e criou as condições para implantação da indústria de base - que é a indústria que produz outra indústria – e da indústria de bens de produção, implantada na década de 70, através da mão do General Ernesto Geisel e da consolidação da petroquímica.

À força de fartos investimentos, subsídios, créditos e incentivos para a compra de tratores, máquinas e implementos agrícolas, a agricultura brasileira foi modernizada.

grandes grupos econômicos nacionais e internacionais, como Bamerindus, Bradesco, Itaú, Volkswagen e outras empresas, criando complexos agro-industriais, grandes cooperativas, e, principalmente, promovendo a ampliação da produção de soja para exportação; depois, laranja, algodão, café, açúcar; consolidando uma agro-indústria e uma agricultura de exportação moderna, baseada em máquinas e equipamentos, em agrotóxicos, no uso abusivo de fertilizantes, cuja indústria também foi montada no país.

E o pensamento político-militar não impôs apenas uma ditadura ao país, impôs também uma doutrina: a de segurança nacional; impôs uma concepção de "Brasil Grande Potência", e procurou impor ao povo brasileiro uma visão ufanista de grande potência. A Transamazônica, as 200 milhas, a Copa do Mundo de 70 criaram o espírito do "Brasil pra Frente", na tentativa de envolver a população brasileira.

Por tudo isso, nós NÃO podemos ver o Golpe Militar de 1964 como um golpe exclusivamente militar. Foi uma profunda transformação conservadora, de cima para baixo e autoritária do capitalismo brasileiro. Foi esse Golpe, que ao criar esse crescimento do capitalismo que "modernizou" o Brasil, criou também condições para o surgimento de sua contra-fase, que é a classe operária industrial moderna brasileira; que é a juventude brasileira; que são as grandes cidades, as grandes concentrações urbanas; que é a modernização do campo; que é a introdução de milhões e milhões de homens e mulheres que viviam na zona rural no trabalho produtivo, com a necessidade de curso primário de da alfabetização.

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Logicamente, dá pra perceber que pincei várias frases de um texto bem longo. Quem ler o texto inteiro verá que para cada frase acima o autor seguia apontando somente o lado negativo.

Trata-se de uma entrevista com o José Dirceu em julho de 1989.
É a confirmação de que a esquerda vem mudando a história e contando uma nova versão. Uma versão ideológica construída pela revolução cultural gramcista, por quem queria implantar aqui a Peste Vermelha e transformar o Brasil em um satélite da URSS, nos moldes de Cuba. O resto é conversa para enganar trouxas e receber as gordas verbas indenizatórias, que já chegam a R$ 4 bilhões, usando o mentiroso refrão de "defensores da democracia".
Creio que hoje é impossivel achar um esquerdista que fale o mesmo que Dirceu falou há quase 20 anos. Muito menos o próprio. Portanto, essa é uma parte da história verdadeira e contada pela boca do próprio de Dirceu. Um documento para a posteridade, pois enquanto eles continuarem no poder, continuarão mudando a história cada vez mais.


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Um comentário:

O BERRO da Formiga disse...

O site original retirou a entrevista, mas ela foi salva e pode ser baixada pelo seguinte link:

https://mega.co.nz/#!6IdDSRrL!sOT6HFZgC7pkzRmLHwHeAhCazaCaxpg13cCrRN_-kno